A ressurreição de Jesus
Cristo é um dos temas mais difíceis do cristianismo. Eu nunca cheguei a duvidar
da ressurreição, mas nos últimos tempos tenho tido ainda MENOS dúvidas!
Conforme tenho lido e pesquisado sobre o assunto, vejo que mais e mais indícios
comprovam a ressurreição como um fato histórico.
Este é um dos assuntos
onde os céticos têm mais dúvida e, coincidentemente (se você acredita em
coincidências, eu pessoalmente, não acredito), é o pilar do cristianismo. Todas
as profecias do Antigo Testamento e tudo o que Jesus ensinou, fazem todo o sentido
pelo foco da ressurreição. Todas as pontas soltas são amarradas.
Lembro-me de que na
faculdade de história, esse sempre foi um tema espinhoso, tanto entre colegas
quanto nos livros que lia. Uma passagem, especialmente, sempre me marcou muito.
É do livro de Ernest Renan, “A vida de Cristo”.
Antes de falar da
passagem do livro, deixe-me falar rapidamente sobre o contexto do autor e sua
obra. Isso é importante pois foi na época em que o autor vivia que começou a se
separar seriamente a ciência da religião.
Em
vistas das revoluções industriais e do avanço da ciência, o homem desta época
acredita ter achado na ciência a garantia infalível do seu próprio destino. Por isto ele abandona, por achar
inútil e supersticiosa, toda alegação
sobrenatural, encerrando nas formas da ciência a moral, a religião, a política,
a totalidade de sua existência. Procurava-se produzir dados
concretos a partir da observação, assim somente o mundo físico ou material
poderia ser analisado. A religião foi jogada para escanteio.
Existiam
várias formas de positivismo, sendo os principais, o positivismo social e evolucionista,
que empregava as teorias de Charles Darwin para explicar a evolução das idéias
e das religiões ( o paganismo evoluiu para o monoteísmo).
Ernest
Renan nasceu em meio a esse contexto positivista do século XIX, na França. Em
1860 publica seu livro “A vida de Jesus” muito polêmico, mesmo pra época. Neste
livro Renan transforma Jesus em um simples médico encantador, bem de acordo com
o pensamento racionalista que pairava em certos grupos letrados. Para o autor,
Jesus, apesar de ser uma grande personalidade, continuava a ser apenas um
homem.
Para
uma pessoa cética, como era Renan que, apesar de acreditar em Deus, tinha
dificuldades em acreditar em um Ser Criador do universo, é difícil acreditar em
milagres ou na ressurreição.
Mas, podemos ressaltar, é muito mais difícil acreditar em um mundo sendo originado do nada e onde a vida evolui de um ser unicelular para um ser complexo com um mente racional. A mente evoluiu também?
Mas, podemos ressaltar, é muito mais difícil acreditar em um mundo sendo originado do nada e onde a vida evolui de um ser unicelular para um ser complexo com um mente racional. A mente evoluiu também?
Renan
diz não ter negligenciado nenhuma fonte antiga, como as obras de Josefo e o
talmude e os próprios escritos do Novo Testamento. Mesmo assim, atua com
ceticismo para com estes documentos.
Josefo e o talmude,
como fontes independentes e não cristãs falam sobre a ressurreição e a vida de
Jesus. Bastariam para ‘provar’ os fatos cristãos. Mas para um autor que se diz
racional, nenhum milagre pode existir, e portanto ele os descarta, sem um
análise mais consistente.
Renan
encontrou as mesmas dificuldades ao ler o Novo Testamento que um cético/ateu
encontra hoje. Utilizando um método de analisar o texto dentro do seu contexto,
o autor apontava que o texto de Mateus é o que merece mais confiança, enquanto
que com relação à obra de Lucas, o valor histórico seria mais fraco, pois nele as palavras de Jesus
são forçadas e algumas são inclusive falseadas.
Muitos autores
modernos tem encontrado em Lucas muitas referências históricas que comprovam a
exatidão de seu texto, sendo este evangelista considerado um verdadeiro historiador.
Para Renan, a busca por humanizar Jesus, torna este um
grande revolucionário, cujos milagres foram exagerados pelo povo. Estes milagres
não passaram de curas e Jesus foi um grande curandeiro. Mas se ele dizia ser o Filho de Deus, não se pode acreditar que ele foi
uma grande personalidade, ou um curandeiro. Ou se diz que ele era louco, ou se
acredita que ele era o filho de Deus e que ele podia realizar milagres e
maravilhas. Aliás, o que seria a cura de um paralítico para o criador do universo?
Por fim, a
passagem que muito me marcou nos tempos de faculdade é o último parágrafo do
livro “A vida de cristo”.
“No domingo de
manhã, as mulheres, tendo Maria de Madalena à frente, foram bem cedo ao túmulo.
A pedra estava deslocada da abertura, e o corpo não estava mais no lugar em que
o haviam colocado. No mesmo instante se espalharam os mais estranhos boatos
pela comunidade cristã. O grito ‘ele ressuscitou’, correu entre os discípulos como
um relâmpago. O amor proporcionou uma fácil credibilidade por toda a parte. O que
tinha acontecido? (...) a vida de Jesus,
para o historiador, acaba com seu último suspiro. (...). em que condições
de entusiasmo, sempre crédulo, eclodiu o conjunto de relatos através do qual se
estabelece a fé na ressurreição? É o que, por causa de documentos
contraditórios, sempre ignoraremos. Digamos,
no entanto, que a forte imaginação de Maria Madalena desempenhou, nessa
circunstância, papel essencial. Poder divino do amor! Momentos sagrados em que
a paixão de uma alucinada dá ao mundo um Deus ressuscitado!" (Renan, Ernest.
A vida de Jesus. Martim claret, p. 393-394, grifos meus.).
Assim, para
Renan, a história da vida de Jesus acaba com sua morte, o historiador não deve
se preocupar com a Ressurreição, pois para ele isto não é um fato histórico, e
sim produto da mente influenciadas pelos recente acontecimentos
Historicidade
dos evangelhos e historicidade da Ressurreição.
Primeiramente, falemos
acerca da historicidade de Jesus. Incluindo Flávio Josefo, existem dez escritores
não-cristãos conhecidos que mencionam Jesus num período de até 150 anos depois
de sua morte: Tácito, historiador romano; Plinio, o jovem, político romano;
Fiegon, escravo liberto que escrevia histórias; Talo, historiador do século I;
Suêtonio, historiador romano; Luciano, satirista grego; Celso, filósofo romano;
Mara bar Serapion, cidadão reservado que escrevia para seu filho; e o Talmude.
“Por outro lado, nestes mesmos 150 anos, existem nove
fontes não-cristãs que mencionam Tibério César, o imperador romano dos tempos
de Jesus. Se você incluir as fontes cristãs, os autores que mencionam Jesus superam
aqueles que mencionam Tibério numa proporção de 43 para 10. À luz dessas referências não-cristãs, a teoria de que Jesus nunca
existiu é claramente injustificável. De que maneira escritores não cristãos
poderiam juntos revelar uma narrativa congruente com o Novo Testamento se Jesus
nunca tivesse existido?”(Geisler, Turek. Não tenho fé suficiente para ser
ateu, p. 165- 166.)
Sobre as testemunhas oculares:
Geisler e Turek dizem que “em diversos relatos do Novo Testamento, Pedro, Paulo
e João afirmar ser testemunhas oculares e Lucas e o autor de Hebreus afirmam
terem sido informados por testemunhas oculares. Além disso, Paulo cita uma lista
de 14 pessoas cujos nomes são conhecidos como testemunhas oculares da
ressurreição (os doze apóstolos, Tiago e ele mesmo) e afirma que havia mais de 500 outras pessoas. Mateus e Lucas confirmam as aparições aos apóstolos. Todos os
quatro evangelhos mencionam as mulheres como testemunhas, e Marcos as identifica
como Maria Madalena; Maria, mãe de Tiago, e Salomé. Lucas apresenta Joana. Isso
equivale a mais de quatro. O primeiro capítulo de Atos também revela que José,
chamado Barsabás, foi testemunha ocular.” (geisler, turek, não tenho fé
suficiente para ser ateu, cap. 10).
Um estudo interessante de Colin Hemer faz um detalhamento
de 84 fatos somente nos últimos 16 capítulos de Atos que foram confirmados por pesquisa
histórica e arqueológica. A historicidade do livro de Atos é impressionante,
sendo Lucas considerado pela maioria dos críticos um historiador clássico. Mas
há um aspecto que os céticos ficam desconfortáveis: Lucas relata um total de 35
milagres no mesmo livro no qual registra todos esses 84 detalhes historicamente confirmados.
Além disso, os autores
do Novo testamento incluíram em seus textos, pelo menos, 30 pessoas historicamente
confirmadas. Os autores do Novo Testamento teriam minado sua credibilidade
diante dos ouvintes contemporâneos ao envolverem pessoas reais em uma mentira,
especialmente pessoas de grande notoriedade e poder. Não há maneira de os
autores do Novo Testamento terem seguido adiante escrevendo mentiras descaradas
sobre Pilatos, Caifás, Félix e toda a linhagem de Herodes. Alguém os teria
acusado por terem envolvido falsamente essas pessoas em acontecimentos que
nunca ocorreram.
Os apóstolos e autores
do Novo Testamento, além de abandonarem instituições judaicas sagradas há muito
tempo e adotar novas, sofreram perseguição e morte quando poderiam salvar-se ao
renunciar aquilo que pregavam. Se tivessem inventado a história da ressurreição
de Jesus, certamente teriam dito isso quando estava prestes a ser crucificados
(Pedro), apedrejados (Tiago) ou decapitados (Paulo).
“Por que uma religião se
espalha quando seus adeptos são perseguidos, torturados e mortos durantes seus
primeiros 280 anos? Talvez porque existam alguns testemunhos bastante
confiáveis sobre acontecimentos miraculosos que provam que o cristianismo é
verdadeiro. De que outra maneira você poderia explicar o fato de que pessoas assustadas,
expulsas, céticas e covardes repentinamente se tornarem os mais dedicados,
determinados, pacíficos e abnegados missionários que o mundo jamais conheceu?”
(Geisler, Turek, op. Cit,, 219).
Enfim, há muitos dados e estudos que confirmam a ressurreição de Jesus como um fato histórico. Para mais informações consulte-se o livro de Norman Geisler e Frank Turek, "Não tenho fé suficiente para ser ateu". Estes autores mostram que a vida e morte de Jesus são um conjunto de fatos mais bem documentados do mundo antigo.
Tem que se ter muita fé para NÃO acreditar na ressurreição de Jesus.
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