Acho que uma das evidências mais contundentes e extraordinária é a prova médica da morte de Jesus na cruz. Aqui apresento as conclusões de Alexandre Metherell, médico, com doutorado em engenharia, que foi entrevistado por Lee Strobel no livro "Em defesa de Cristo".
A idéia de Jesus na verdade não morreu na cruz pode ser
encontrada no Alcorão (Sura [as mulheres] v.156-7), que foi escrito no século
VII – de fato, os mulçumanos ahmadis afirmam que Jesus na verdade fugiu para a
Índia. Até hoje há um santuário que supostamente marca seu verdadeiro túmulo,
em Srinagar, na Caxemira.
Entre
os séculos XVIII e XIX vários autores tentaram demonstrar que a ressurreição
era falsa dizendo que Jesus apenas desmaiou de exaustão na cruz, ou que apenas
lhe deram um remédio que fez parecer que ele tinha morrido, e que o ar fresco e
úmido do túmulo o fez reviver mais tarde.
Os
teóricos da conspiração deram sustentação a essa hipótese lembrando que tinha
sido ministrado a Jesus um líquido em uma esponja, enquanto ele estava na cruz
(Mc 15.36), e que Pilatos parecera surpreso com a rapidez com que ele sucumbira
(Mc 15.44). Em conseqüência, dizem estes teóricos, o ressurgimento de Jesus não
foi uma ressurreição milagrosa, mas uma mera ressuscitação casual, e seu tumulo
estava vazio porque ele continuara vivo. Como um mito urbano, a teoria do
desmaio continua a florescer. No entanto, o que as evidências determinam
realmente? O que aconteceu de fato na crucificação? Qual foi a causa da morte
de Jesus? Existe alguma possibilidade de ele ter sobrevivido a essa provação?
Após a
última ceia Jesus foi com seus discípulos para o monte das Oliveiras, no lugar
chamado Getsêmani. Ali ele orou a noite inteira e antevendo os eventos que
ocorreriam no dia seguinte, pensando nos sofrimentos que iria ter de suportar,
Jesus experimentou muito estresse psicológico. Os evangelhos nos contam que ele
começou a suar sangue (Lc 22.44). essa é uma condição médica conhecida, chamada
hematidrose. Não é comum, mas está ligada ao alto grau de estresse psicológico.
O que acontece é que a ansiedade extrema ocasiona a liberação de produtos
químicos que rompem os vasos capilares nas glândulas sudoríparas. Em
conseqüência, essas glândulas sangram um pouco, e o suor brota misturado com
sangue. O efeito disso é que a pela fica muito frágil, de modo que, quando
Jesus foi açoitado pelo soldado romano no dia seguinte, sua pele devia estar
muito, muito sensível.
Os
açoitamentos romanos eram famosos por serem terrivelmente brutais. O comum é
que consistissem em 39 chicotadas, mas com freqüência esse numero era
ultrapassado, dependendo do humor do soldado que as aplicava. O soldado usava
um chicote de tiras de couro trançadas, com bolinhas de metal amarradas. Quando
o açoite atingia a carne, essas bolinhas causavam hematomas ou contusões profundas,
que se abriam nas chicotadas seguintes. Havia também, presos ao açoite, pedaços
afiados de ossos, que cortavam a carne profundamente. As costas ficavam tão
maltratadas que às vezes os cortes profundos chegavam a deixar a espinha
exposta. As chicotadas cobriam toda a extensão do dorso, desde a nuca até o
traseiro e as pernas. Era terrível.
Eusébio
de Cesaréia, historiador do século III, descreve açoitamentos nestes termos:
“os circunstantes ficaram atônitos vendo-os ora dilacerados pelos flagelos até
ficarem à vista as veias e artérias mais entranhadas, e visíveis as vísceras e
os membros mais profundamente secretos dos corpos” (Eusébio. História
eclesiástica, cap.15, 4, p. 189).
Sabe-se
que algumas pessoas morriam desse tipo de suplício antes de chegar a ser
crucificadas. No mínimo a vítima sofria dores terríveis e entrava em choque
hipovolêmico, isto é, os efeitos de a pessoa perder grande quantidade de
sangue. São quatro efeitos: 1º o coração se esforça para bombear mais sangue,
mas não tem de onde; 2º a pressão sanguínea cai, causando desmaio ou colapso;
3º os rins param de produzir urina, para conservar o volume que sobrou; 4º a
pessoa fica com muita sede, pois o corpo perde líquidos para repor o sangue que
perdeu.
Jesus
estava em choque hipovolêmico quando se arrastou pela rua que subia para o
lugar de execução no Calvário, carregando a viga horizontal da cruz. Ele acabou
caindo, e o soldado romano ordenou a Simão que carregasse a cruz. Mais tarde
lemos que Jesus disse: “tenho sede” (Jo 19.28-29), e uma esponja com vinagre
foi estendida a ele. Por causa dos efeitos terríveis do açoitamento, não há
dúvida de que Jesus já se encontrava em condição critica mesmo antes de os
pregos atravessarem suas mão e pés.
Jesus
foi pregado na cruz através dos pulsos e o prego atravessava o lugar onde passa
o nervo central. Esse é o maior nervo que vai até a mão e era esmagado pelo
prego. Quando batemos o cotovelo e levamos um choque, isto aconteceu porque
acertamos um nervo. A dor é muito grande quando você o acerta em cheio. A dor
que Jesus sentiu quando seu pulso foi traspassado foi como se este nervo fosse
apertado e esmagado por um alicate. A dor era totalmente insuportável. Ela está
além da descrição por palavras. Também que foi necessário inventar uma nova
palavra: dor excruciante. Essa palavra significa literalmente “da cruz”. Foi
necessário criar uma nova palavra, porque não havia nenhuma na língua que
pudesse descrever a angustia terrível provocada pela crucificação.
Depois
de ter as mãos pregadas na viga transversal, Jesus foi erguido para que esta
pudesse ser colocada sobre a viga vertical, e seus pés foram pregados nesta.
Também os nervos dos pés foram esmagados, e a dor era semelhante à das mãos.
Na
cruz, os braços ficam esticados, os ombros saem do lugar, as juntas se
distendem 15 centimetros. Isto cumpriu a profecia do Antigo Testamento, no
Salmo 22, que predisse a crucificação de Jesus séculos antes de ela ocorrer:
“todos os meus ossos estão desconjuntados.” (Sl 22.14).
Uma vez
que a pessoa está pendurada em posição vertical a crucificação é, basicamente,
uma agonia lenta até a morte por asfixia. Para exalar, a pessoa tem de
firmar-se sobre os pés, para aliviar um pouco a tensão dos músculos. Ao fazer
isso, rasga o pé, até se prender contra os ossos do tarso. Depois de conseguir
exalar, a pessoa pode relaxar e inalar novamente. Depois tem de empurrar-se
novamente para cima, para exalar, esfregando suas costas esfoladas contra a
madeira áspera da cruz. Isso se repete até que a exaustão toma conta, e a
pessoa não consegue mais se erguer para respirar.
Um
pouco antes de morrer, o choque hipovolêmico deve ter feito o coração bater
rapidamente por algum tempo, o que teria contribuído para fazê-lo falhar,
resultando no acúmulo de líquido na membrana em torno do coração – chamado
efusão pericardial. Quando o soldado romano se aproximou e, tendo certeza de
que Jesus estava morrendo, confirmou a morte enfiando uma lança em seu lado. A
lança atravessou o pulmão direito e o coração e, quando foi tirada, saiu um
líquido – a efusão. Esse líquido tem aparência transparente, como água, e é
seguido de um grande volume de sangue, como João, testemunha ocular, descreveu
em seu evangelho (Jo 19.34).
Não
havia absolutamente dúvida que Jesus estava morto.
Há
evidências arqueológicas da crucificação. Em 1968, os arqueólogos encontraram
em Jerusalém os restos mortais de cerca de 36 judeus que tinham morrido durante
a revolta contra Roma por volta do ano 70. d.C. Uma das vítimas, cujo nome era
Yohanan, fora crucificada. Encontraram um prego de 17 centimetros ainda enfiado
em seu pé, com pedaços de madeira de oliveira da cruz ainda presos na ponta.
Isso foi uma confirmação arqueológica de um detalhe chave na descrição da
crucificação nos evangelhos. [ver mais em Shimon Gibson, os últimos dias de
Jesus. p.126]
A
questão de os romanos saberem se Jesus estava morto é outro ponto que foi posto
em dúvida. Mas devemos lembrar que os soldados romanos eram especialistas em
matar pessoas – era o trabalho deles. Além disso, se de algum modo um
prisioneiro escapasse, o soldado responsável era morto no lugar dele, o que lhe
servia de grande incentivo para certificar-se com segurança de que cada vítima
estava morta antes de ser retirada da cruz.
Existe alguma mínima possibilidade de Jesus
ter sobrevivido a isso?
Jesus já estavam em choque
hipovolêmico da grande perda de sangue mesmo antes de a crucificação começar.
Ele não poderia ter fraudado a morte, porque você não pode representar que não
está respirando por muito tempo. Além disso, a lança enfiada em seu coração
teria resolvido a questão de uma vez por todas. Os romanos também não estavam a
fim de arriscar a própria vida deixando Jesus sair vivo dali. Portanto, é
impossível Jesus não ter morrido na cruz.
Agora,
vamos especular que o impossível tivesse acontecido e que Jesus de alguma forma
conseguiu sobreviver à crucificação. Como poderia andar se seus pés estava
perfurados daquele jeito? Como poderia aparecer na estrada para Emaús, pouco
depois, e andar uma longa distância? Como poderia usar seus braços depois que
eles foram distentidos e deslocados nas juntas? Ele também tinha grandes
ferimentos nas costas e o peito furado pela lança.
E por
último: alguém com aparência tão destruída jamais teria inspirado seus
discípulos a sair e proclamar que ele é o Senhor da vida, que triunfou sobre o
túmulo. Depois de sofrer maus-tratos tão terríveis, com a perda de sangue catastrófica
e o trauma, sua aparência seria tão deplorável que os discípulos jamais o
teriam proclamado como o vencedor da morte; teriam ficado com pena dele e
tentado cuidar dele até que recuperasse a saúde. Por isso, é um absurdo pensar
que, se Jesus lhes apareceu neste estado horrível, seus seguidores teriam se
sentido motivados a começar um movimento mundial baseado na esperança de que um
dia teriam um corpo ressuscitado como o dele. Não há hipótese.
As
conclusões de Metherell concordam com as descobertas de outros médicos que
estudaram o caso a fundo. O Dr. William d. Edwards, cujo artigo de 1986, no
Journal of the American Medical Association conclui: “claramente, o peso das
evidências históricas e médicas indica que Jesus estava morto antes que fosse
feito o ferimento em seu lado [...]. Por essa razão, inferências baseadas na
pressuposição de que Jesus não morreu na cruz estão em conflito com o
conhecimento médico moderno.” [on the physical death of Jesus Christ. Journal
of the american medical association, 21 mar. 1986, p. 1455-63].
Aqueles
que procuram dar outra explicação à ressurreição de Jesus, precisam apresentar
uma teoria que corresponda de modo mais plausível aos fatos.
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