segunda-feira, 15 de abril de 2013

Evidências da Ressurreição VI - a prova médica


          Acho que uma das evidências mais contundentes e extraordinária é a prova médica da morte de Jesus  na cruz. Aqui apresento as conclusões de Alexandre Metherell, médico, com doutorado em engenharia, que foi entrevistado por Lee Strobel no livro "Em defesa de Cristo".

A idéia de Jesus na verdade não morreu na cruz pode ser encontrada no Alcorão (Sura [as mulheres] v.156-7), que foi escrito no século VII – de fato, os mulçumanos ahmadis afirmam que Jesus na verdade fugiu para a Índia. Até hoje há um santuário que supostamente marca seu verdadeiro túmulo, em Srinagar, na Caxemira.
                Entre os séculos XVIII e XIX vários autores tentaram demonstrar que a ressurreição era falsa dizendo que Jesus apenas desmaiou de exaustão na cruz, ou que apenas lhe deram um remédio que fez parecer que ele tinha morrido, e que o ar fresco e úmido do túmulo o fez reviver mais tarde.
          Os teóricos da conspiração deram sustentação a essa hipótese lembrando que tinha sido ministrado a Jesus um líquido em uma esponja, enquanto ele estava na cruz (Mc 15.36), e que Pilatos parecera surpreso com a rapidez com que ele sucumbira (Mc 15.44). Em conseqüência, dizem estes teóricos, o ressurgimento de Jesus não foi uma ressurreição milagrosa, mas uma mera ressuscitação casual, e seu tumulo estava vazio porque ele continuara vivo. Como um mito urbano, a teoria do desmaio continua a florescer. No entanto, o que as evidências determinam realmente? O que aconteceu de fato na crucificação? Qual foi a causa da morte de Jesus? Existe alguma possibilidade de ele ter sobrevivido a essa provação?
          Após a última ceia Jesus foi com seus discípulos para o monte das Oliveiras, no lugar chamado Getsêmani. Ali ele orou a noite inteira e antevendo os eventos que ocorreriam no dia seguinte, pensando nos sofrimentos que iria ter de suportar, Jesus experimentou muito estresse psicológico. Os evangelhos nos contam que ele começou a suar sangue (Lc 22.44). essa é uma condição médica conhecida, chamada hematidrose. Não é comum, mas está ligada ao alto grau de estresse psicológico. O que acontece é que a ansiedade extrema ocasiona a liberação de produtos químicos que rompem os vasos capilares nas glândulas sudoríparas. Em conseqüência, essas glândulas sangram um pouco, e o suor brota misturado com sangue. O efeito disso é que a pela fica muito frágil, de modo que, quando Jesus foi açoitado pelo soldado romano no dia seguinte, sua pele devia estar muito, muito sensível.
          Os açoitamentos romanos eram famosos por serem terrivelmente brutais. O comum é que consistissem em 39 chicotadas, mas com freqüência esse numero era ultrapassado, dependendo do humor do soldado que as aplicava. O soldado usava um chicote de tiras de couro trançadas, com bolinhas de metal amarradas. Quando o açoite atingia a carne, essas bolinhas causavam hematomas ou contusões profundas, que se abriam nas chicotadas seguintes. Havia também, presos ao açoite, pedaços afiados de ossos, que cortavam a carne profundamente. As costas ficavam tão maltratadas que às vezes os cortes profundos chegavam a deixar a espinha exposta. As chicotadas cobriam toda a extensão do dorso, desde a nuca até o traseiro e as pernas. Era terrível.
          Eusébio de Cesaréia, historiador do século III, descreve açoitamentos nestes termos: “os circunstantes ficaram atônitos vendo-os ora dilacerados pelos flagelos até ficarem à vista as veias e artérias mais entranhadas, e visíveis as vísceras e os membros mais profundamente secretos dos corpos” (Eusébio. História eclesiástica, cap.15, 4, p. 189).
          Sabe-se que algumas pessoas morriam desse tipo de suplício antes de chegar a ser crucificadas. No mínimo a vítima sofria dores terríveis e entrava em choque hipovolêmico, isto é, os efeitos de a pessoa perder grande quantidade de sangue. São quatro efeitos: 1º o coração se esforça para bombear mais sangue, mas não tem de onde; 2º a pressão sanguínea cai, causando desmaio ou colapso; 3º os rins param de produzir urina, para conservar o volume que sobrou; 4º a pessoa fica com muita sede, pois o corpo perde líquidos para repor o sangue que perdeu.
                Jesus estava em choque hipovolêmico quando se arrastou pela rua que subia para o lugar de execução no Calvário, carregando a viga horizontal da cruz. Ele acabou caindo, e o soldado romano ordenou a Simão que carregasse a cruz. Mais tarde lemos que Jesus disse: “tenho sede” (Jo 19.28-29), e uma esponja com vinagre foi estendida a ele. Por causa dos efeitos terríveis do açoitamento, não há dúvida de que Jesus já se encontrava em condição critica mesmo antes de os pregos atravessarem suas mão e pés.
                Jesus foi pregado na cruz através dos pulsos e o prego atravessava o lugar onde passa o nervo central. Esse é o maior nervo que vai até a mão e era esmagado pelo prego. Quando batemos o cotovelo e levamos um choque, isto aconteceu porque acertamos um nervo. A dor é muito grande quando você o acerta em cheio. A dor que Jesus sentiu quando seu pulso foi traspassado foi como se este nervo fosse apertado e esmagado por um alicate. A dor era totalmente insuportável. Ela está além da descrição por palavras. Também que foi necessário inventar uma nova palavra: dor excruciante. Essa palavra significa literalmente “da cruz”. Foi necessário criar uma nova palavra, porque não havia nenhuma na língua que pudesse descrever a angustia terrível provocada pela crucificação.
                Depois de ter as mãos pregadas na viga transversal, Jesus foi erguido para que esta pudesse ser colocada sobre a viga vertical, e seus pés foram pregados nesta. Também os nervos dos pés foram esmagados, e a dor era semelhante à das mãos.
                Na cruz, os braços ficam esticados, os ombros saem do lugar, as juntas se distendem 15 centimetros. Isto cumpriu a profecia do Antigo Testamento, no Salmo 22, que predisse a crucificação de Jesus séculos antes de ela ocorrer: “todos os meus ossos estão desconjuntados.” (Sl 22.14).
                Uma vez que a pessoa está pendurada em posição vertical a crucificação é, basicamente, uma agonia lenta até a morte por asfixia. Para exalar, a pessoa tem de firmar-se sobre os pés, para aliviar um pouco a tensão dos músculos. Ao fazer isso, rasga o pé, até se prender contra os ossos do tarso. Depois de conseguir exalar, a pessoa pode relaxar e inalar novamente. Depois tem de empurrar-se novamente para cima, para exalar, esfregando suas costas esfoladas contra a madeira áspera da cruz. Isso se repete até que a exaustão toma conta, e a pessoa não consegue mais se erguer para respirar.
                Um pouco antes de morrer, o choque hipovolêmico deve ter feito o coração bater rapidamente por algum tempo, o que teria contribuído para fazê-lo falhar, resultando no acúmulo de líquido na membrana em torno do coração – chamado efusão pericardial. Quando o soldado romano se aproximou e, tendo certeza de que Jesus estava morrendo, confirmou a morte enfiando uma lança em seu lado. A lança atravessou o pulmão direito e o coração e, quando foi tirada, saiu um líquido – a efusão. Esse líquido tem aparência transparente, como água, e é seguido de um grande volume de sangue, como João, testemunha ocular, descreveu em seu evangelho (Jo 19.34).
                Não havia absolutamente dúvida que Jesus estava morto.
                Há evidências arqueológicas da crucificação. Em 1968, os arqueólogos encontraram em Jerusalém os restos mortais de cerca de 36 judeus que tinham morrido durante a revolta contra Roma por volta do ano 70. d.C. Uma das vítimas, cujo nome era Yohanan, fora crucificada. Encontraram um prego de 17 centimetros ainda enfiado em seu pé, com pedaços de madeira de oliveira da cruz ainda presos na ponta. Isso foi uma confirmação arqueológica de um detalhe chave na descrição da crucificação nos evangelhos. [ver mais em Shimon Gibson, os últimos dias de Jesus. p.126]
    
                A questão de os romanos saberem se Jesus estava morto é outro ponto que foi posto em dúvida. Mas devemos lembrar que os soldados romanos eram especialistas em matar pessoas – era o trabalho deles. Além disso, se de algum modo um prisioneiro escapasse, o soldado responsável era morto no lugar dele, o que lhe servia de grande incentivo para certificar-se com segurança de que cada vítima estava morta antes de ser retirada da cruz.
           
                Existe alguma mínima possibilidade de Jesus ter sobrevivido a isso?
                Jesus já estavam em choque hipovolêmico da grande perda de sangue mesmo antes de a crucificação começar. Ele não poderia ter fraudado a morte, porque você não pode representar que não está respirando por muito tempo. Além disso, a lança enfiada em seu coração teria resolvido a questão de uma vez por todas. Os romanos também não estavam a fim de arriscar a própria vida deixando Jesus sair vivo dali. Portanto, é impossível Jesus não ter morrido na cruz.
                Agora, vamos especular que o impossível tivesse acontecido e que Jesus de alguma forma conseguiu sobreviver à crucificação. Como poderia andar se seus pés estava perfurados daquele jeito? Como poderia aparecer na estrada para Emaús, pouco depois, e andar uma longa distância? Como poderia usar seus braços depois que eles foram distentidos e deslocados nas juntas? Ele também tinha grandes ferimentos nas costas e o peito furado pela lança.
                E por último: alguém com aparência tão destruída jamais teria inspirado seus discípulos a sair e proclamar que ele é o Senhor da vida, que triunfou sobre o túmulo. Depois de sofrer maus-tratos tão terríveis, com a perda de sangue catastrófica e o trauma, sua aparência seria tão deplorável que os discípulos jamais o teriam proclamado como o vencedor da morte; teriam ficado com pena dele e tentado cuidar dele até que recuperasse a saúde. Por isso, é um absurdo pensar que, se Jesus lhes apareceu neste estado horrível, seus seguidores teriam se sentido motivados a começar um movimento mundial baseado na esperança de que um dia teriam um corpo ressuscitado como o dele. Não há hipótese.
                As conclusões de Metherell concordam com as descobertas de outros médicos que estudaram o caso a fundo. O Dr. William d. Edwards, cujo artigo de 1986, no Journal of the American Medical Association conclui: “claramente, o peso das evidências históricas e médicas indica que Jesus estava morto antes que fosse feito o ferimento em seu lado [...]. Por essa razão, inferências baseadas na pressuposição de que Jesus não morreu na cruz estão em conflito com o conhecimento médico moderno.” [on the physical death of Jesus Christ. Journal of the american medical association, 21 mar. 1986, p. 1455-63].
                Aqueles que procuram dar outra explicação à ressurreição de Jesus, precisam apresentar uma teoria que corresponda de modo mais plausível aos fatos.

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