segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O túnel de Siloé

   Em uma curta passagem no livro de 2 Crônicas 32.30, faz-se referência à um túnel que trazia água de fora da cidade de Jerusalém e que servia para suprimento em tempos de guerra.

   Um inscrição descoberta em 1880 junto à saída do túnel de Siloé descreve esta notável obra de engenharia, pela qual a água era trazida da fonte de Giom para um local dentro dos muros da cidade. Os escavadores trabalharam a partir de ambas as extremidades, encontrando-se quase exatamente no meio desse túnel de mais de 530 metros de extensão.
   Este foi o mais longo túnel jamais construído naquele tempo sem a interferência de grandes instrumentos feitos pelo homem.
   O rei Ezequias construiu o túnel em antecipaço ao risco de cerco da cidade de Jerusalém pelo monarca assírio Senaqueribe. O cerco falhou (2Reis 19.35), e mesmo Senaqueribe admitiu isto. Em uma famosa inscrição cuneiforme, o monarca Assírio gaba-se de ter prendido Ezequias em Jerusalém “como um pássaro em um gaiola”, mas Senaqueribe não faz nenhuma afirmação sobre capturar o pássaro e conquistar a cidade, o que com certeza teria feito se houvesse conquistado.



    Mesmo assim, o curso do túnel permaneceu um mistério. Sabe-se pela própria inscrição na entrada do túnel que houve dois times de escavadores que se encontraram no meio. Mas a pergunta que intrigou os escavadores contemporâneos é como foi que os dois times de escavadores, escavando de lados opostos da cidade, conseguiram se encontrar no meio, especialmente se se considerar a tortuosa rota do túnel.







   Aqui, neste mapa, aparecem os dois pontos de saída, fonte de Giom e a piscina de Siloé, e o ponto de encontro (meeting point). Abaixo, o curso desde fora da cidade, até a piscina de Siloé, em amarelo.



No inicio do século XX, pesquisadores confirmaram a data da construção do túnel. Galhos perfeitamente preservados foram recuperados no local e submetidos ao teste do Carbono-14. Os resultados se encaixaram no período do reinado de Ezequias (715-685 a.C.). Segundo, os estudiosos, a idade também é sustentada pela paleografia e filologia da inscrição na entrada do túnel de Siloé.

Uma das prováveis maneiras de comunicação com os escavadores no tempo de Ezequias seria através de batidas com martelo na superfície acima do túnel. Assim, os aparentes desnecessários desvios, foram feitos em ordem de se ouvir melhor a comunicação vinda da superfície, levando-se em consideração as diferentes rochas. Do contrário, não seriam capazes de encontrar seus companheiros vindos do outro lado. Isso com certeza, representou um grande avanço na técnica de construir túneis.





*A notícia, aqui resumida, foi publica em Biblical Archeological Review, 34, Setembro/Outubro de 2008.

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