Atenção: contém spoiler
Nunca fui de curtir
muito desenhos, mas agora com dois filhos começo a assistir e ter outra visão. Tenho
percebido os roteiros, músicas e a qualidade não só visual mas também a
profundidade da história.
Qual não foi a surpresa
ao assistir Frozen pela primeira vez! Anteriormente resistente, me surpreendi
positivamente com este desenho por ele conter inúmeros temas cristãos. O que?
Isso mesmo, Frozen é o filme mais cristão que assisti nos últimos tempos.
Primeiramente, um
sumário do filme: Frozen conta a história de duas princesas, Elsa e Anna. Elsa,
a irmã mais velha, tem uma benção/maldição mágica – ela é capaz de através de
força de sua vontade e emoção criar desde neve até tempestades de gelo. Anna, a
filha caçula, é precoce, desajeitada e uma garota muito adorável.
Um dia, quando as duas
crianças estão brincando juntas, Elsa acidentalmente congela uma parte da mente
de Anna. Os trolls na floresta são capazes de salvá-la, mas no processo de
extrair os efeitos da mágica eles também extraem as memórias de ver a sua irmã
fazendo mágica.
Com temor de que Elsa
use seus poderes novamente sem querer, Elsa e seus pais decidem manter sua
mágica escondida de Anna e do resto do mundo. Entretanto, conforme Elsa vai crescendo
ela vai se tornando cada vez menos capaz de controlar seus poderes. Ela repete
o mantra: “Conceal it, don’t feel it” (“Encondê-lo, não sentí-lo”) e procura
controlar sua habilidade. Ela passa sua
vida em seu quarto, escondida do mundo com as portas do castelo fechadas e
também fechada para as emoções de sua irmã.
Até que seus poderes
fogem do controle e com stress e emoção, sua “maldição” retorna, na frente de
várias pessoas, que acabam a rotulando de feiticeira monstruosa. Assim, ela foge
para as montanhas. No processo, a tempestade dentro dela se traduz literalmente
para o mundo em volta dela, trazendo inverno sem fim para o reino.
Anna tenta reaver o
amor da irmã e convencer ela a acabar com o inverno. No meio tempo, Elsa
acidentalmente congela o coração da irmã. O coração congelado, segundo os
trolls da floresta é muito mais difícil de curar do que uma mente congelada,
sendo necessário um ato de Amor Verdadeiro para curá-lo. Todos assumem que o
ato seria um beijo, como em toda história anterior da Disney, e então Anna
corre atrás do beijo de seu verdadeiro amor.
É aqui que a história
fica interessante.
Cruzando com a teologia
cristã temos semelhanças temáticas impressionantes, como bem notou Michael
Belote (http://www.mbird.com/2013/12/mockingbird-at-the-movies-sin-and-redemption-in-frozen/).
1)
A lei
Elsa
é incapaz de controlar seus poderes. Ela tenta e tenta, mas ela falha. Segundo
a Bíblia, acontece o mesmo conosco. Nós temos a Lei Mosaica para nos mostrar o
que é o certo e nos evitar de errar, mas no fim a Lei só nos prova a nossa
inabilidade de manter os estatutos da Lei. Em Romanos 7.19-20 lemos: “Porque
não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço
o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.”
2)
Graça
Anna
está quase morrendo quando se aproxima do beijo do seu suposto Verdadeiro Amor.
Então, com o canto de seu olho ela vê sua irmã Elsa, pronta pra ser morta por
um inimigo com uma espada. O que Anna faz? Ela foge do beijo do seu Verdadeiro
Amor e corre para salvar sua irmã! Anna se coloca entre a espada e sua irmã,
dando sua vida pela da irmã. Soa familiar? João 15.13: “Ninguém tem maior amor do que este, de
dar alguém a sua vida pelos seus amigos”.
Nesta história Anna serve como um arquétipo de
Jesus: ela dá sua própria vida por alguém que ela ama.
Olaf, o boneco de neve, uma certa altura define
amor para Anna em uma cena anterior: este não é o amor romântico tipicamente
presente nos filmes da Disney, mas sim, “colocar a necessidade dos outros antes
das suas”. Isso é o que a Bíblia ensina sobre o amor ágape, auto-sacrificial,
incondicional. (Ef 4.32)
Da mesma forma que Jesus não morreu
simplesmente, o ato sacrificial de Anna derrete seu coração e a trás de volta à
vida.
No meio tempo disso, Anna conhece um pouco
melhor Kristoff e sua “família”. Invertendo muito o que as histórias da Disney
pregavam no passado, a música que o trolls cantam nesta parte do desenho é
muito interessante. Fala sobre o verdadeiro amor, e sobre como um homem pode
ser um “Fixer-upper”, um “consertador” para uma mulher e vice-versa. A ideia é de
que as pessoas não são perfeitas e tem alguns defeitos, mas que, com amor, elas
podem ajudar um ao outro a melhorar dentro da relação. É muito pra um filme da
Disney, hein?
3)
A
redenção da maldição.
Assim como nós caímos, Elsa também sofria uma
maldição. Da mesma forma que o sacrifício de Jesus, o sacrifício de Anna,
quebrou a maldição e salvou sua irmã. Semelhante ao que o sacrifício expiatório
de Cristo fez por nós. E semelhantemente ao sacrifício que podemos fazer pelos
outros, que é também transformador.
Assim, Elsa encontra a liberdade de sua
maldição. Aprendendo a controlar e eliminar o pecado de sua maldição, a
maldição é redimida. Agora ela é hábil para usar seu dom para aproveitamento de
todo o reino, ao invés de deixá-lo escondido.
Algumas passagens bíblicas neste sentido:
“Cristo nos resgatou da maldição da lei,
fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado no madeiro.” Gálatas 3:13
“O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou
para o reino do Filho do seu amor; Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a
remissão dos pecados”.
Colossenses 1:13-14
Colossenses 1:13-14
“E
que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como
as que estão nos céus.
Colossenses 1:20
Colossenses 1:20
A
mensagem de Frozen, em resumo, é que fomos resgatados de nossas maldições por um
ato de Verdadeiro Amor, um amor sacrificial, e que agora, nossas habilidades
foram redimidas e que podemos usá-las para o bem do Reino. Sem contar que as nossas relações servem para nos tornar melhores pessoas. Pode um filme ser
mais cristão que isso? Vale muito a pena assistir este filme, você ser
surpreender.
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