domingo, 18 de julho de 2010

Dúvidas contemporâneas II

Como comentei no primeiro post 'Dúvidas contemporâneas', falaria um pouco sobre o livro Por que você não que mais ir à Igreja?.
O livro pode ser entendido como uma parábola contemporânea. O pastor Jake Colsen está na lida da vida cristã, cheio de dúvidas, quando encontra João. É um encontro bombástico, que começa a fazer Colsen questionar o que ele entende por cristianismo. São muitos encontros com João ao longo do livro e assim, vamos conhecendo um pouco mais da vida do pastor Colsen e o funcionamento de sua igreja.
Percebi, junto com o pastor, como nossa realidade é muito parecida. A forma ritual (apesar de muitos negarem) que um culto evangélico é conduzido, o sentimento de culpa que carrego se faltar em uma reunião, o louvor com letras pobres, enfim, uma série de problemas que tenho varrido para debaixo do tapete e que tem me deixado amortecido. Parece que a frequência com que vou ao culto, leio a Biblia e oro está relacionada com uma tentativa de agradar a Deus e João logo fala, ao pasto Jake e a mim, que nada que façamos pode fazer Deus nos amar mais. Ele já nos ama incondicionalmente. 
Escrevi na primeira pessoa este parágrafo por que me identifiquei muito com o pastor e os problemas apresentados no livro, e penso  neste livro como um convite a pensar criticamente e analisar face às Escrituras a maneira como temos conduzido a igreja nestes dias. Mas fazer isso sem pensar em criar a Igreja ideal, a maneira das comunidades cristãs. João em certo momento fala e aqui parafraseio: "são dois mil anos de história da igreja e até agora não tivemos uma igreja ideal, por que, de repente, teríamos a resposta".
Até modelos contemporâneos, como a igreja em células, foi entendida como esta resposta à forma de conduzir a vida cristã. "Pronto agora, sim. Encontramos o caminho." Daí logo tudo é engessado e institucionalizado e perdemos a graça, em todos os sentidos. Esse formato de "igreja em casa" também é discutido no livro.
São muitos pontos muito interessantes e importantes de serem discutidos. Este livro devia ser amplamente discutido em rodas de amigos, em células, na igreja, em todos os lugares onde evangélicos estiverem presentes. Não como "O livro", mas como um bom panfleto para se fazer pensar. Alías, isto é o que tem faltado no "universo" evangélico. Pensar.

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