quinta-feira, 26 de abril de 2012

O caminho, a verdade e a vida _ um estudo


"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."
(João 14:6)

     Neste mundo pós-moderno, vivemos em um contexto de relatividade. Não existem verdades absolutas. O que é verdade pra você, não necessariamente é verdade pra mim.
     Entretanto, este não é um mundo anti-religioso. Todos querem experimentar algo, procurando a verdade por aí. E a verdade, segundo os pós-modernos, está em todo lugar. Quem nunca ouviu frases dos tipo: “Todos os caminhos levam a Deus”, “se formos bons, vamos pro céu” etc.
     Afirmações como essa de Jesus, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, são extremamente impopulares. Vamos deixar isso de lado e falar em amor, abraçar todos em uma mistura homogênea. Paz e amor.
     O problema é que o cristianismo não pode ser isso. Como cristão, não podemos aceitar tudo. Podemos tolerar, mas não quer dizer que concordamos. Temos que reafirmar pros quatro cantos do mundo que Jesus é o caminho, a verdade e a vida; e gritar (e não cochichar) que ninguém, ouviram, ninguém, vai ao Pai senão por Ele, Jesus! É uma afirmação categórica, mas que precisa ser reenfatizada hoje.
     De todos esses “deuses” e “seres superiores” , somente Jesus deu a vida e ressuscitou para nos redimir do Pecado. Somente ele se rebaixou ao nível humano e venceu a morte.

     Vamos buscar compreender cada uma das afirmações de Jesus, de que ele era (e é) o caminho, a verdade e a vida.
     Quando Jesus diz ser o Caminho, ele não queria dizer que era um mero caminho entre muitos, mas o único caminho (cf. At 4.12; HB 10.19,20). Na igreja primitiva, o cristianismo às vezes era chamado “o Caminho” (p.ex, AT 9.2; 19.9,23). (Biblia de Estudo NVI)
     O caminho. Em Hebreus, capítulo 9, fala-se do santuário judeu  e seus múltiplos e complexos rituais (é interessante ler todo o capítulo). A partir do versículo 8, lê-se:
    
    "Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto
     enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo,
     Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à
     consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;"

    
     Assim, se fala no Tabernáculo mosaico versus o tabernáculo Cristo (João usa a expressão: “e o verbo se fez carne e ‘tabernaculou’/habitou entre nós. JO: 1.14).
     Jesus veio para cumprir o que a construção do tabernáculo pressupunha. Esta é uma bela exposição de um escritor (não sabemos quem escreveu realmente a carta de Hebreus) que conhecia profundamente os rituais judaicos e que compreendeu perfeitamente o cumprimento das promessas acerca de Cristo e sua redenção.
     Não precisamos mais da Lei, não precisamos mais de templos feitos por mãos humanas.
Hb 10.19-20. “Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne.” 
     Sobre a segunda constatação de Jesus: a Verdade. É uma das tônicas do evangelho de João.
Em Jo 8.32: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
Sustentar o ensino de Cristo – que é a verdade – conduz à verdade que nos torna uma pessoa livre da escravidão do pecado. A salvação, portanto, não é obtida por meio de conhecimento intelectual, como imaginavam os gnósticos, mas por meio de um relacionamento vital com Jesus e do compromisso com a verdade que ele revelou.
     A terceira asserção é que Jesus é a Vida. Um dos grandes conceitos do evangelho de João, empregado 36 vezes. A vida é dádiva de Cristo. Através de Cristo temos vida, que perdemos com o pecado original. Sem Cristo somos meio-homens, ainda não completos, pois somos caídos.
     João 11.25. Disse-lhes Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra vivera.
Somos bonecos de pano. Um ventilador que havia se desligado da tomada, e que agora só gira em função da força residual.

     Portanto, temos três níveis de conhecimento e relacionamento com Deus, expressos na tipologia do tabernáculo: como lemos em hebreus 9. Cada vez mais no interior do tabernáculo, mais exclusivo se tornava:
     .a entrada, o átrio, representando o caminho, onde todos tinham acesso;
     .o lugar santo, onde somente alguns poderiam entrar, com os pães (Jesus =, o pão vivo que desce do céu: João 6. 51), o candelabro, que representa o Espírito Santo;  
     .e por fim, o Santo dos Santos, onde somente um sumo-sacerdote podia entrar, uma vez por ano.

     Cristo, como sumo-sacerdote perfeito, ofereceu-se como sacrifício por nós, nos possibilitando o contato direto com o pai, nos dando a vida eterna (vários sites falam que as três portas que haviam no tabernáculo eram chamadas de caminho, verdade e vida., mas não há referência bíblica pra isso. Também não encontrei fonte fidedigna que confirme isso). 
     O único caminho que nos leva à Deus, é Jesus; não são ofertas, sacrifícios ou obediência à lei. O caminho nos leva à verdade: Cristo é Deus que se fez homem para nos livrar do pecado e nos conduzir de volta ao Pai. “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
     E, por fim, a vida, o nível mais profundo. Através do pecado original, havíamos perdido a vida, e Deus tece um projeto para que o homem fosse salvo e recebesse a vida eterna: a morte de seu filho na cruz.

     Agora, o que os dizeres de Cristo, “O caminho, a verdade e a vida”, trazem como implicações para nossa cosmovisão, nossa maneira de viver e ver o mundo?
      É uma afirmação exclusivista, “ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Esta afirmação requer uma decisão: ou reconhecer a posição de Jesus como Messias, o Filho de Deus, ou rejeitá-lo como louco ou uma fraude e rejeitar a religião centrada nele como, na melhor das hipóteses, um engano. Não há meio termo.
    
     A noção de que todas as religiões ensinam basicamente a mesma coisa – que devemos amar uns aos outros – demonstra um serio mal-entendido das religiões mundiais. Embora a maioria das religiões tenha algum tipo de código moral semelhante – porque Deus implantou o certo e o errado em nossa consciência – elas discordam em quase todas as questões principais, incluindo a natureza de Deus, a natureza do homem, pecado, salvação, céu, inferno e criação.
     Se Jesus é o ÚNICO caminho e a verdade, temos que excluir outras crenças religiosas, como estando em erro. Devemos ser tolerantes, não aceitar que toda a crença é verdade, mas suportar o erro das outras religiões. Mas também não devemos cruzar o braço e aceitar que estamos certos os outros errados e tudo bem. Jesus nos comissionou pra levar a boa nova às pessoas.
     Se não fosse pelo envio de Jesus, teríamos outras razões pra falar do Evangelho: o amor, por exemplo. Não o amor bíblico o “amai uns aos outros como a si mesmo”, mas o amor que temos por familiares e amigos. Não seria nada amoroso, sabendo da verdade, sabendo que a pessoa possa ser condenada, não falar sobre a VERDADE, sobre o que sabemos ser o ÚNICO meio de salvação. Se o cristianismo é verdadeiro, então temos obrigação de dizer isso, e gentilmente avisar as pessoas da verdade, porque somente a verdade pode libertá-las. 

     Se levarmos a sério, mas realmente a sério, que Jesus é O caminho, a verdade e a vida, então nossa conduta tem que ser radicalmente transformada. O que Jesus ensinou vai de encontro à cultura em que ele viveu e na que vivemos.

 
“Não existe uma só polegada, em todo o domínio de nossa vida humana, da
qual Cristo, que é soberano de tudo, não proclame: ‘Minha!” (Abraham kuyper)


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