quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Fé e ciência - série de entrevistas com jovens cientistas cristãos I

 Vou dar início aqui a uma série de entrevistas com cientistas cristãos de diversas áreas (exatas, humanas) para perceber como se dá a inserção de cristãos nos meios acadêmicos brasileiros, percebendo limites e possibilidades de se trabalhar com uma perspectiva cristã nesse campo. O objetivo é servir de testemunho para todos nós que  religião e ciência se misturam muito bem.


O primeiro entrevisto é Eric Araújo, mestre em Ciência da Computação pela UFMG, atualmente cursando doutorado na Vrije Universiteit Amsterdam. Ele é professor da UFLA (Universidade Federal de Lavras/MG). Ele é membro da Primeira Igreja Presbiteriana de Lavras e tem 30 anos. 

1) O que o levou a pesquisar seu tema?

Em primeiro lugar foi a vontade de produzir ciência para apoiar o estilo de vida das pessoas. Poder ajudar é algo que me interessa bastante, e meu projeto tem bastante relação com o suporte à qualidade de vida das pessoas.
2) Qual a relação com a fé cristã que sua temática ou a sua área mais ampla de pesquisa pode ter?

A minha pesquisa se relaciona com a minha fé por meio do uso da ciência como meio de serviço. Por meio da ciência, há condições de restabelecer a original intenção das coisas, e o seu bom uso pode trazer frutos para todos. Dessa forma, a Ciência da Computação presta um serviço significativo à humanidade quando entendida como ferramenta para auxiliar as pessoas e permitir o desenvolvimento de soluções antes impensáveis ou impraticáveis.

3) Existe alguma dificuldade ou vantagem de um cristão inserido no meio acadêmico? 

As dificuldades são inerentes à todas as áreas de trabalho. No meio acadêmico, creio que os desafios são um pouco maiores devido ao constante questionamento e à grande parcela de pessoas que não apresentam relação alguma com nenhuma religião. Acredito ser de grande importância que cientistas estejam no meio acadêmico, e se vejam como responsáveis por produzir boa ciência como forma de serviço e ministério à Deus.

4) Já sentiu alguma represália por ser cristão e/ou por tratar temas cristãos?

Atualmente os debates têm levado à dois tipos de reação. Ou  a pessoa se interessa, ou ela desconfia. De qualquer forma, represália não é uma experiência que tenha tido.

5) Como cristão, como vê o universo universitário? E o estudante universitário?

O universo universitário pode ser compreendido de acordo com a cosmovisão dos seus membros, professores e alunos. Acredito que o estudante universitário é propenso a seguir as correntes que a universidade apresentar de forma mais enfática. Daí a relevância de termos mais cristãos envolvidos na academia. 

6) Quais as possibilidades de um cristão exercer diferença no meio acadêmico. 

Em primeiro lugar, estando inserido de fato no meio acadêmico. O problema atual é que não se vê uma imersão dos estudantes na sua vida acadêmica. Muito disso, por conta da falta de noção ou incentivo das próprias comunidades eclesiásticas ao estudo. Entende-se que só se adora à Deus na igreja, enquanto a universidade também é um espaço de serviço e adoração. Creio que um bom cientista, além de proporcionar melhores condições de vida no planeta, pode ser um bom canal de transmissão da cosmovisão cristã na academia. Um cientista de respeito pode ser ouvido por pessoas que geralmente selecionam a quem devem dar ouvidos. Além disso, um professor cristão pode muito influenciar seus estudantes.

7) Suas Considerações finais

Creio que esta pesquisa deve se ancorar em debates sobre a forma como estudantes veem o meio acadêmico, também. Isso pode ajudar bastante a desvelar alguns comportamentos atualmente.

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